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segunda-feira, 6 de julho de 2015

VIOLÊNCIA / CIDADANIA

VIOLÊNCIA  /  CIDADANIA


Segundo o filósofo HL Nierburg “a violência é uma ação direta ou indireta, destinada a limitar, ferir ou destruir pessoas ou bens”.
Partindo dessa premissa e particularizando o Brasil, encontraremos nos primórdios da nossa história algumas das causas da nossa atual situação social caótica. 400 anos de escravidão, de vigência de legislação duríssima e violência institucionalizada deixou marcas profundas na nossa formação, obviamente também na nossa legislação, inclusive a atual.
Quando da chegada da República a legislação penal e processual penal ganhou aspecto mais científico, acompanhada das novas técnicas européias no estudo do crime e do criminoso.
Apesar dos novos tempos a verdadeira realidade não havia mudado muito, os negros recém-libertos representavam uma ameaça e mereciam agora uma rigorosa vigilância, ficaram então confinados em favelas, cujo nascimento remonta a este período. A partir daí ocorreram vários fatores sociais que “incharam” as favelas como as vemos hoje, levando a sociedade a confundir favelado com marginal.
Chegamos nesse ponto, pois associamos violência à favela, mas o Estado tem grande parte, por que não dizer a maior parte da culpa de chegarmos nesse estágio de situação.
Nossa política criminal prega aumento de penas ou a imposição de mais restrições às garantias individuais constitucionais, todas as vezes que determinado evento criminal adquira maior conhecimento e debate público. O modelo atual se reveste de contornos bélicos, visa apenas enfrentar o crime por meio do combate, a superação pela superioridade das armas.
Não é momento de aumentar penas ou restringir garantias individuais. É preciso acabar com a marginalização, com a distinção entre morro e asfalto, acreditando-se que lá está o bandido e aqui...
Precisamos de maior ação do Estado, não ações eventuais, eleitoreiras ou atendendo a mídia, mas ações contínuas, positivas, concretas, direcionadas a curtoes eventuais, eleitoreiras ou atendendo a m lntias individuais. çuira maior conhecimento pinal, médio e longo prazo, visando não só a violência, que vem a ser conseqüência, mas a saúde, educação, transporte, emprego, moradia e todo e qualquer segmento ligado ao ser HUMANO, só assim construiremos, de fato, cidadãos.

Natalia Reynier


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