FIM DE ANO
Entra plano sai plano
Vem ano sai ano
E enfim nossos planos
Ficam sempre para o próximo
ano
- Ano que vem!...
Governo que entra governo que
sai
E o povo enfrenta o que o
governo faz.
Povo que vive que sobrevive
Que resiste ao ano que
resiste ao plano
Ao vem e vai e que se
esvai...
E ai ninguém sabe que é que
lhe cabe
Por onde vai
Era fácil, era doce?
Quem dera que fosse...
Esperança de novo:
-Tudo vai ser diferente,
Vai ser bom pra gente
Vai ser bom pro povo...
E muda o calendário
Ano novo, vida nova...
Quando será feriado?
Em que dia vai cair meu
aniversário?
Vai mudar a presidência,
Quem vai entrar no páreo?
Quem vai passar na prova?
Senadores vão mudar ou será a
vereança?
Desta vez, quem é que dança?
O estudante vai mudar
Ou de série ou de colégio?
Já bem cedo vai votar...
Um primeiro privilégio
Vão cortar a hora-extra
Os supérfluos vão cortar
Isso é novo? –Indaga o povo
Que esperanças irão ter?
Oh! Se a história fosse
outra,
Se voltasse pra mudar!...
Já dizia papai:
- Bom foi o Getúlio...
- Se Jânio não renunciasse
Tudo seria diferente;
Brasília foi uma obra
magnífica!
Juscelino foi um grande
presidente!...
Que será de nós agora?
Põe-se o governo pra fora
E nada de melhorar...
Em meio a tanta esperança
Daquilo que não se alcança
Que se pensa, que se passa
O jeito é sempre esquecer
Pra não sofrer...
Natalia Reynier
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